terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Se olha no espelho irrevogavelmente cansada de se ver,
aquele rosto tão familiar já convive com você faz algum tempo.
E você simplesmente não o suporta mais. E ele nem é feio, mas é
sempre o mesmo rosto livre de alguma expressão feliz.
Você olha os comprimidos e se questiona: quantos terei que tomar para
ser livre? Será que vou sofrer? Será que vai ser rápido?
Eles são azuis e por alguma distração mórbida te faz lembrar o céu.
Céu, tranquilo céu.
Escuta sua música preferida pela última vez, olha aquele livro que não
acabou de ler e imagina o seu final para ele. "Você poderia ter sido escritora", brinca consigo mesma em silêncio. Pensa em algumas pessoas que te marcaram, pessoas que já se foram e pessoas que você acabou de conhecer. Pensa se sua morte causará algum impacto, o que pensarão do que você fez e o quanto falarão que você é fraca.
Mas isso não te desanima.
Chora algumas lágrimas de uma angústia inexplicável e de uma felicidade clandestina.
Toma um banho, coloca sua melhor roupa e se mata.

domingo, 21 de dezembro de 2008


Minha vela queima dos dois lados.
Não durará a noite toda,
mas aos meus amigos e aos meus inimigos,
dá uma luz maravilhosa.

Post dedicado ao finzinho de noite mais inesperado
e doce dos últimos tempos. =)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Poema do amor imperfeito

Desse delírio tenho medo
Desse delírio que ama e sonha
E me espera atrás do beco
E me ataca pelas costas
E se vinga do meu medo

Desse sonho
Dessa viagem
Do nosso amor tenho medo
Quando ele vem sorrateiro
Quando atravessa os bueiros
E me pega de surpresa
E me enterra um dardo no peito

Tenho medo do seu medo
Desse punhal tatuado no seu corpo
Dessa sua coragem de morrer cedo

E mesmo com tudo isso o amor amanhece perfeito?
Nunca, nunca um amor perfeito!
Mas um amor doido, trucidado
Feito de carne e verdade
Feito de estranha voragem
Quase de cinzas composto
Brasas queimaram meu rosto, mas volto livre e amada
Com cicatrizes guardadas

Vou voltando meu amado, ao nosso amor imperfeito
O que poderia neste mundo roubar-me a sua beleza?
Nem as feras, nem os bruxos
Nem os circos enfeitiçados
Nem os meninos mais tristes
Nem o fado inexorável

Nem trapezistas ou mágicos
Nem a morte meu amado
Nem os saltos, nem as quedas
Nem as feridas mais abertas
Nada disso me atormenta

Quero o nosso amor à salvo
Mesmo que sejam vorazes
Os deuses que ousam matá-lo

Quero o nosso amor humano
Mesmo que eu tenha medo
Mesmo que seja frágil o nosso amor de porcelana

Mesmo que seja estranho
Eu me lanço
Delicada como uma borboleta
Furiosa como uma lâmina

E uma coragem danada
Me leva para os teus braços
Um tipo de cegueira
Uma escuridão quase acesa

E uma ventania dos diabos
Vem açoitando meu corpo
Cheio de juventude

E em você eu desagüo
Sangro a romã dos seus lábios
Beijo seu corpo forte, alto, iluminado
E me permito tudo
Absolutamente tudo ao seu lado.
Seus pensamentos não se encaixam.
Você muda de opinião tão constatemente que isso
não te deixa crer em nada.
Você pensa e sente falta.
Você pensa e são amigos.
Você pensa e quer beijar.

É difícil compreender o que você sente.
É difícil compreender o significado daquela frase.
É difícil compreender o que está acontecendo entre vocês.

domingo, 14 de dezembro de 2008

A noite acaba, mas você permanece em mim.
Seu cheiro permanece em mim.
A lembrança do seu beijo permanece em mim.
O som da sua risada, é... Também permanece em mim.

A noite acaba e eu não quero te deixar ir.
É, você permanece em mim.
Você permanece em mim.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Não

Você não aguenta mais parar e pensar;
Você não aguenta mais tentar interpretar;
Você não aguenta mais ouvir um "take care", quando tem alguém tão "careful";
Você não sabe mais o que saudade quer dizer;
Você não aguenta mais esperar;
Você não aguenta duvidar;
Você não aguenta perder;
Você não aguenta não ter palavra;
Você não aguenta não aguentar;
Você não aguenta mais nada.

Adeus.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

... Detesto meu passado, assim como o de qualquer pessoa...

... Detesto a resignação ...

... Detesto a paciência, o heroísmo profissional e os belos sentimentos obrigatórios.

... Também detesto as artes decorativas, o folclore, a publicidade, vozes anunciando algo, a aerodinâmica, os escoteiros, o cheiro de naftalina, fatos do dia e gente bêbada.

Detesto gente bêbada... Repito: detesto gente bêbada.

Tomemos, pois, mais um gole de whisky e continuemos.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Porque chega um momento em que a gente cansa.
Cansa de tudo, cansa de todos.
Você se questiona com raiva. E por mais que você faça,
se sente vazio. Não basta só fazer, você quer recompensa,
precisa se sentir reconhecido.
Mas o tempo passa e nada muda.
E você cansa.
E você pára.
E você quase desiste.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Indiferente

Sabe quando a gente vai para algum canto e o pensamento está em outro lugar?
Não são pensamentos coerentes nem fixos, apenas alguns pensamentos soltos, aleatórios...
E todos conversam, mas você não se interessa. Você não entende, não interpreta.
Então acaba percebendo que aquilo que estava te parecendo tão válido, não tem mais o mesmo valor. E entende que pequenos erros estúpidos, acabam por destruir coisas que nem começaram de verdade. E você ainda não sabe se esse é um motivo para se lamentar.
Pessoas novas te olham, mas elas parecem tão perfeitamente desconhecidas que você não se propõe e não se interessa em mudar a situação. Você apenas não ri, não conversa, não reage.
Não sente peso na consciência por não ter beijado aquela boca, não sente peso na consciência por talvez ter perdido a oportunidade de conhecer pessoas únicas.
Você é assim,
apenas
indiferente.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A razão pela qual dói tanto


A razão pela qual dói tanto se separar é porque nossas almas estão ligadas. Talvez elas sempre estiveram e sempre estarão.
Talvez tenhamos vivido mil vidas antes dessa e em cada uma delas nós encontramos um ao outro. E talvez a cada vez, nós fomos separados pelos mesmos motivos. O que significa que esse adeus é tanto um adeus para os últimos dez mil anos quanto um prelúdio pelo que virá.
Quando eu olho pra você, vejo sua beleza e graça, sei que elas cresceram fortes com cada vida que você viveu...
E eu sei que passei cada vida antes dessa procurando por você. Não alguém como você, mas você, sua alma e a minha devem sempre caminhar juntas. E então, por uma razão que nenhum de nós entende, nós fomos forçados a dizer adeus.
Eu adoraria te dizer que tudo vai dar certo entre a gente, e eu prometo fazer de tudo pra que dê. Mas se nunca mais nos virmos e esse for um verdadeiro adeus, eu sei que nós veremos um ao outro em outra vida. Nós nos encontraremos de novo, e talvez as estrelas terão mudado, e nós não somente nos amaremos nesse tempo, mas por todas as vezes que tivemos antes.

E pra não dizer que não falei de flores...

Se apaixonar. Rir até sentir o rosto doer. Uma praia. Uma floresta. Uma caminhada. Um luau. Frio. Calor. Um supermercado sem filas. Um olhar especial. Escutar boa música. Um banho de espuma. Uma boa conversa. Um banho quente. Rir de você mesmo. Rir sem absoluta razão. Ter alguém para te dizer que você é bonito. Rir por alguma coisa que você lembrou. Amigos. Família. Ouvir acidentalmente alguém falar bem de você. Acordar e perceber que ainda faltam algumas horas para dormir. Um beijo. Fazer novos amigos e ficar junto dos velhos. Bons sonhos. Alguém brincar com você. Ouvir “Eu Te Amo”. Chocolate quente. Viajar com amigos. Viajar. Conhecer pessoas novas. Lugares novos. Dançar. Beijar na boca. Ir à um bom show. Se divertir. Chorar. Desabafar. Ver as pessoas felizes. Os amigos sorrindo. Encontrar um velho amigo e descobrir que tem coisas que nunca mudam.
Amar. Amar e ser amada. Abraçar as pessoas que você ama. Ver o nascer do sol. O
Pôr-do-sol. Levantar e ver que o dia está lindo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

'Na vida, apenas uma coisa é certa, além da morte e dos impostos.
Não importa o quanto você tente,
não importa se são boas suas intenções,
você cometerá erros. Você irá machucar pessoas.
E se machucar. E se algum dia você quiser se recuperar,
há apenas uma coisa que pode ser dita: Esquecer e perdoar.
É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático.
Quando alguém nos machuca, queremos machucar de volta.
Quando alguém erra conosco, queremos estar certos.
Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham.
E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer.
E acima de tudo, se orgulhar de nadar contra a maré.'